Excelentíssimo Diretor da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia, Prof. Sérgio Lessa de Gusmão,
Prezados Professores e Funcionários Homenageados,
Demais membros da mesa,
Srs. Pais, familiares e demais convidados,
Meus colegas e afilhados,
Boa tarde,
Primeiramente, gostaria de agradecer pela honra de poder participar deste momento na companhia de meus colegas de profissão: meus colegas professores (aqui também honrados pela homenagem que recebem); meus novos colegas analistas de sistemas e administradores; senhores pais, também meus colegas na tarefa de educar, e os principais professores para que este sonho hoje esteja se realizando.
Há 10 anos, um cidadão chamado Baz Luhrmann escreveu algumas páginas sobre suas experiências de vida. Este manuscrito tornou-se o discurso do paraninfo Baz Luhrmann para uma turma de formandos nos Estados Unidos. Talvez alguns nunca tenham ouvido falar de Baz Luhrmann, mas o vídeo em que ele recomenda que usem filtro solar muitos certamente conhecem. Mas fiquem tranqüilos: não me basearei no vídeo, apenas no autor.
Compreendo o paraninfo Luhrmann, que buscou expressar, através do seu discurso, suas boas e más experiências aos novos colegas de profissão. Também acredito ser importante o uso do filtro solar, mas recomendo que usem o cinto de segurança. Mesmo que estiverem com o carro parado, usem cinto de segurança.
Por outro lado, discordo quando afirma que dar conselhos é uma forma de resgatar o passado da lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço maior do que realmente vale. Conselhos são orientações, e não decisões. Conselhos são experiências vividas por outros, em outro momento, em outra situação. Cada um de nós deve tomar suas próprias decisões, independentemente dos conselhos que recebe. Cada um de nós deve escolher qual caminho seguir. Cada um de nós deve gerar suas próprias experiências.
Seguir um caminho, ter experiências (boas ou ruins) é sinal de iniciativa. Afinal, na batalha do homem com o mundo, não é o mundo que toma a iniciativa. Se nós plantarmos, o mundo faz brotar. Se nós o tratarmos mal, ele superaquece. O mundo apenas reage à nossa iniciativa.
Precisamos de pessoas com iniciativa, mas, acima de tudo, de pessoas que possuam virtudes e dons. Nesse ano de 2006, a Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia completou 75 anos de existência. Nesses anos todos, três pilares foram imprescindíveis na construção desta história: os mestres, os familiares e os estudantes.
Aqui me dirijo àqueles mestres (como os homenageados por esta turma), que exercem uma função que transcende a de simples professores. Mestres são os que têm a sabedoria de conviver em harmonia com seus estudantes e alunos dentro e fora do ambiente estudantil. Professores dão aulas; mestres fazem aprender.
Também me refiro aos diversos familiares: pais, mães, irmãos e irmãs, esposas e maridos, namorados e namoradas, amigos e amigas. Família é um conjunto de pessoas especiais, capazes de priorizar nossas necessidades, realizações e sonhos. Tenho duas certezas: uma é que, nesse momento, vocês estão realizando um sonho, e outra é que a família de cada um de vocês é muito maior do que a que está aqui presente.
Por fim, refiro-me ao principal pilar desta história: vocês, estudantes. Não os considero alunos: aluno vem do latim e significa “sem luz”. Cada um de vocês tem luz própria. Cada um de vocês possui diversos dons. Ao longo da minha convivência com vocês, notei que todos compartilham de dons semelhantes:
- Todos vocês são como o Anderson e a Francele, capazes de conversar horas a fio sobre o destino do curso, sobre o novo currículo e, dessa forma, tomarem iniciativa sobre seu próprio destino e o destino dos colegas;
- Todos vocês são como o André, capazes de organizar e realizar uma confraternização entre os amigos e, dessa forma, tomarem iniciativa sobre a integração da turma;
- Todos vocês são como a Camila, o Jefferson, o Leandro, a Daniela, o Neito, o Paulo, a Rosane Delgado e o Rafael Cabello, capazes de manter uma turma unida, com o menor número de desavenças e com o maior número de decisões e, dessa forma, tomarem a iniciativa para manter a turma integrada;
- Todos vocês são como o Carlos Adriano, capazes de acordar cedo todos os dias, ir trabalhar (mesmo que em outra cidade), estudar de noite e ainda fazer o trabalho de conclusão (e, se necessário for, refazer);
- Todos vocês são como o Diego Diehl, capazes de ficar afastados por questões de saúde, mas entregar o trabalho 01 semana antes do prazo final;
- Todos vocês são como Fábio, capazes de falar (e muito), mas também capazes de ouvir e compreender;
- Todos vocês são como o Marcel, capazes que juntar forças para tomar uma decisão à 01h30min da madrugada e reverter uma situação adversa;
- Todos vocês são como a Rosane Petter, capazes de deixar a família e filhos para trabalhar, estudar e chegar em casa tarde da noite;
- TODOS vocês, sem exceção, são capazes de se tornar mestres e de superar seus mestres.
O que importa aqui não são os nomes que foram ou não foram citados. O que importa aqui são os dons que todos vocês possuem. Conseguir definir um conjunto de dons para esta turma não foi complicado. Complicado é lidar com um estranho sentimento, igual ao de um pai quando um filho sai de casa: fica-se feliz pelo filho, por suas vitórias, por suas realizações, mas fica uma sensação de saudade. Assim como o pai poderá visitar seu filho, nós também nos reencontraremos no mercado de trabalho, na universidade e na vida.
Mas o desejo de um pai, de um paraninfo como eu e de Baz Luhrmann é o mesmo: trilhem por seus próprios caminhos, almejem o topo e arrisquem, acreditem e invistam nos seus sonhos e nunca deixem de ser felizes. Desejo que seus caminhos sejam iluminados. Por isso, nunca se esqueçam do filtro solar e do cinto de segurança.
Agradeço muito a todos vocês pela convivência, pela amizade e pelo aprendizado que nós compartilhamos.
Muito obrigado.
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